F1 diz que Ben Sulayem “ultrapassou limites do mandato”, ameaça e expõe guerra contra FIA

Sacha Woodward Hill, diretora do setor jurídico da Fórmula 1, e Renee Wilm, diretor administrativo do Liberty Media e um dos acionistas da Fórmula 1, acusaram Ben Sulayem de ter passado dos limites ao comentar possíveis valores de venda da categoria a Arábia Saudita

A situação entre Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo esquentou de vez. Em carta revelada pela Sky Sports, diretores do Liberty Media, grupo que controla a principal categoria do esporte a motor, demonstraram insatisfação com os comentários do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, de que a F1 não vale US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 100 bilhões) após uma suposta proposta de compra do fundo de investimentos da Arábia Saudita.

Sacha Woodward Hill, advogada de longa data da Fórmula 1 e membra do conselho de administração da F1, e Renee Wilm, diretor jurídico e administrativo do Liberty Media e um dos acionistas da Fórmula 1, não pouparam críticas à postagem de Ben Sulayem nas redes sociais. Em uma carta enviada para os chefes de equipe, incluindo Mercedes e Ferrari nesta terça-feira (24), a dupla relembrou que tem o direito de explorar os direitos comerciais e que a FIA interferiu neste quesito.

“A Fórmula 1 tem o direito exclusivo de explorar os direitos comerciais do Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA”, ressaltou a carta, lembrando que a F1 tem um acordo de 100 anos. “Além disso, a FIA assumiu compromissos inequívocos de que não fará nada para prejudicar a propriedade, gestão e/ou exploração desses direitos. Consideramos que esses comentários, feitos a partir da conta oficial de mídia social do presidente da FIA, interferem nesses direitos de maneira inaceitável”, reclamaram Sacha Woodward Hill e Renee Wilm.

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Mohammed Ben Sulayem ligou o sinal de alerta frente à informação de que a Arábia Saudita tem interesse em comprar a F1 (Foto: Andrej Isakovic/AFP)

A carta de Woodward Hill e Wilm vem justamente em um momento de tensão entre a Fórmula 1 e seu órgão regulatório. O documento também diz que a sugestão, implícita nas observações do presidente da FIA, “de que qualquer potencial comprador do negócio da Fórmula 1 é obrigado a consultar a FIA está errada”.

Eles acrescentaram que Ben Sulayem “ultrapassou os limites do mandato da FIA, dizendo que “qualquer indivíduo ou organização que comente o valor de uma entidade listada ou de suas subsidiárias, especialmente alegando ou sugerindo posse de conhecimento interno ao fazê-lo, arrisca causar danos substanciais aos acionistas e investidores daquela entidade, sem contar a potencial exposição a graves consequências regulatórias”, criticou o Liberty Media.

“Na medida em que esses comentários prejudicam o valor do Liberty Media Corporation, a FIA pode ser responsabilizada”, concluiram os representantes da F1.

Com o clima atual entre Fórmula 1 e FIA, a temporada da principal categoria do automobilismo mundial deve ser iniciar com uma divisão nos bastidores. A F1 inicia seus trabalhos nas pistas em 2023 no dia 5 de março, com o GP do Bahrein.

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